O que 'eu' posso Doar para o Mundo?
Essa é a pergunta que norteia esse trabalho voluntário.
Esse grupo surgiu após um momento bastante reflexivo, triste, e consciente da morte, após o terceiro diagnóstico de câncer na minha família.
O primeiro diagnóstico foi com minha mãe.
O segundo diagnóstico com uma irmã mais velha.
Ambos com morte.
O terceiro diagnóstico é recente, foi no segundo semestre de 2021, e, com uma irmã mais nova. Só que agora, além do medo, das lágrimas, buscamos novos recursos e novos tratamentos: desde os grupos de orações - que foram muitos, as terapêuticas sistêmica e integrativa, a medicina antroposófica, a cirurgia espiritual e a cirurgia física com sucesso!
E, agora - surgem novos desafios e novos aprendizados!
Ainda estou falando da minha origem, do meu sistema familiar com mãe, irmã mais velha, irmã mais nova e o câncer...
Como lidar com essa nova oportunidade da vida?
O que acontece neste novo lugar, para o paciente e familiares, cuidadores?
O Grupo Sophia foi um impulso pessoal!
Mas em poucos dias transformou-se numa ação coletiva - com pessoas conhecidas, outras desconhecidas e com os querido@s terapeutas convidados e super voluntário@s para a realização da tarefa social.
Muito Obrigada a todo@s!
O Grupo Sophia - está a serviço da vida!
Seja receptivo ao Apoio Social.
Eu, Eliane, faço um convite a todas as pessoas que querem voluntariar, estudar, aprofundar e compartilhar as novas descobertas da ciência, as novas medicações, os tratamentos complementares, a vivência com a prática da espiritualidade, a ação do amor - com todos que estão nessa condição sobrevivência ao câncer.
O Trabalho Voluntário
O trabalho voluntário tem a ver com o equilibrio entre o dar e tomar.
O que o voluntário obtém em troca do seu envolvimento e seus esforços?
O trabalho voluntário é mais fácil quando o voluntário concorda, de antemão, a não receber “nada” em troca.
Se o voluntário, inconscientemente, pede uma gratificação, existe a possibilidade de que comece a se sentir melhor do que o resto.
Às vezes, você vê essa forma velada de superioridade em organizações de voluntariado, e, consequentemente, é difícil lidar com isso ou manter uma coesão no sistema.
Ercília Alves de Macedo Lima (mãe)
Só há um templo no mundo e é o corpo humano.
Nada é mais sagrado que esta forma sublime.
Inclinar-se diante de um homem é fazer homenagem a esta revelação na carne.
Toca-se o céu quando se toca um corpo humano.
(Friedrich Novalis)
O Trabalho na Assistência em Saúde
Trabalhar em saúde exige duas grandes formas de autodisciplina.
A primeira é não se sentir melhor do que os pacientes e a família deles.
Se a parentificação ocorrer, fica difícil para o paciente melhorar.
A segunda é cuidar bem de si mesmo.
Se o seu trabalho o esgota, como poderá ajudar o seu paciente melhorar?
Muitas vezes, vimos um padrão profundamente arraigado na assistência em saúde.
Uma frase sistêmica oculta que diz o seguinte:
“Quando eu o ajudo, eu me sinto melhor”.
Essa frase parece ter permanecido no sistema de assistência em saúde da Holanda por dois mil anos.
(Jan Jakob Stam e Bibi Schreuder)
A leitura do nosso corpo é uma leitura infinita.
Quando interpretamos o Livro do Corpo, podemos fazer uma leitura que nos mate.
Vamos a um médico e saímos de lá com uma doença que não tínhamos antes.
Por isso, o diagnóstico é tão importante, porque é uma informação que se imprime no corpo.
Daí a importância de propor a um doente, a alguém que sofre, interpretações diferentes de seus sintomas.
Não aprisioná-lo em seus sintomas.
Dizer-lhe a verdade.
Dizer-lhe, por exemplo, que ele tem os sintomas de um câncer, de uma doença grave, mas que não é somente um canceroso.
Ele é uma pessoa que precisa enfrentar esta doença.
E que pode fazer desta doença uma ocasião de consciência, de transformação.
(Jean-Yves Leloup - O corpo e seus símbolos. p. 114-115)
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