Já aconteceu com você de se achar o estranho no ninho, o diferente entre todos na sua família?
Pois eu já vivenciei e tive essa sensação sim - quando iniciei um curso.
Eu, não pude participar no primeiro encontro e quando cheguei para a segunda aula eu não me senti nada a vontade...me sentia fora das conversas, fora da sala, fiquei muito incomodada...até que alguém veio em minha direção e disse: "Oi, sou uma estudante aqui e você tá começando hoje? Bem vinda!"
Então depois dessa recepção, eu me senti integrando - e- pertencendo à turma.
"Por nos unir apenas a determinados grupos e pessoas, excluindo outros,
essa consciência é limitada."
(Bert Hellinger)
Assim é na família, no trabalho, nos relacionamentos em geral, essa estranheza de desconforto, de ser alguém invisível...
Tem uma pergunta que sempre me faço:
O que - ou quem - eu preciso incluir na minha vida?
Nós podemos negar a nossa origem.
Podemos dizer até, que não pedimos para nascer, mas não podemos interromper e mudar o vinculo dessa origem.
Todos temos uma mãe e um pai.
Somos todos filhos!
O futuro necessita da origem!
Bert Hellinger, o criador das três ordens do amor, mostra na prática da constelação familiar, esse lugar de pertencimento no sistema familiar e na vida.
"Por si só ninguém tem um lugar, ocupamos o nosso lugar
com muitos outros ao nosso lado."
(Bert Hellinger)
A Primeira Ordem do Amor: O Direito ao Pertencimento
A consciência coletiva ou de clã é uma consciência de grupo, pois todo ser humano está ligado aos seus pais e ao seu clã em uma comunidade de destino.
Com nossos pais também partilhamos seus clãs e passamos a pertencer a um clã, no qual os do pai e da mãe se uniram. Um clã se comporta como se fosse mantido coeso por uma força que une todos os membros e por um senso de ordem e equilíbrio que, de certo modo, influi em todos os membros.
Quem é unido e guiado por essa força e quem é contemplado por esse senso pertence ao clã.
Quem pertence à minha origem?
De modo geral, trata-se das seguintes pessoas:
1. Todas as crianças, incluindo as abortadas, as que partiram, as natimortas, as entregues para adoção e as esquecidas. Meios-irmãos também contam como membros integrais da família.
2. Os pais e seus irmãos de sangue, incluindo os abortados, os que partiram, os natimortos, os entregues para a adoção e os esquecidos.
3. Ex-companheiros dos pais.
4. Os avós, mas sem seus irmãos, embora haja exceções nesse sentido.
5. Em casos excepcionais, também os ex-companheiros dos avós.
6. Todos cuja morte ou perda precoce proporcionou algum benefício aos membros da família e se desse modo contribuíram para a sobrevivência da família atual e de seus descendentes.
7. Se membros da família foram culpados pela morte de outras pessoas, suas vítimas também pertencem à família.
8. O contrário também é verdadeiro: se na família houve vítimas de assassinos externos, estes também pertencem à família.
9. Se a família obteve alguma vantagem em detrimento de outrem, o prejudicado também pertence à família.
Enquanto a consciência pessoal é sentida pelo indivíduo e serve ao seu pertencimento e à sua sobrevivência pessoais, a consciência coletiva ou de clã considera a família como um todo, pois a preservação da integridade no clã, ou seja, sua plenitude, depende estreitamente do vínculo do destino.
(Bert Hellinger: Meu Trabalho, Minha Vida)
Concluindo, eu - volto na minha origem, e na minha família, onde somos muitos irmãos.
Nossos pais nem sempre puderam nos dar atenção quando crianças, deixando esses cuidados e responsabilidades aos irmãos mais velhos...o que causou em alguns momentos uma desordem na hierarquia entre os irmãos...achávamos que nossos pais eram nossos irmãos mais velhos...criando um emaranhado e desordem no sistema!
Podemos sim ter um lugar, pertencer e ser livres em nossa alma...!
Agora, faça essa pergunta a você:
O que - ou quem - eu preciso incluir na minha vida?
(Eliane Macedo Lima)
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